(DES)IGUALDADE E (IN)JUSTIÇA NO EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
Palavras-chave:
ENEM, Seleção, (In)justiçaResumo
Esta pesquisa aborda o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), enquanto política pública, mas também como exame de seleção e de eliminação. O objetivo é o de apresentar se, e como, o exame tem se legitimado. Apresenta-se uma análise quanti-qualitativa dos dados provenientes de uma pesquisa empírica, cujos respondentes são professores e alunos de três escolas públicas de ensino médio do Distrito Federal. O referencial teórico é composto por autores como: Bourdieu (2014); Bourdieu e Passeron (2012; 2015); Bianchetti (2001); e Valle (2013a; 2013b). Os resultados atestam o êxito do Exame em legitimar a si e ao seu processo de seleção. Isso se comprova pela ampla adesão e pelo fato de que a maioria dos participantes – 75,33% dos estudantes e 62,5% dos professores – avaliam sua forma de seleção como justa, pautados na igualdade formal, não obstante as desigualdades materiais entre os candidatos.
Referências
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